A Teologia Neo-ortodoxa, com Karl Barth como principal expoente, consolidou-se como reação à crise do liberalismo e às limitações do fundamentalismo.

A Teologia Neo-ortodoxa, com Karl Barth como principal expoente, consolidou-se como reação à crise do liberalismo e às limitações do fundamentalismo. Barth retomou a dialética de Lutero, afirmando que Deus é ao mesmo tempo oculto (absconditus) e revelado (revelatus), e que o ser humano é simultaneamente justo e pecador. Assim, a teologia neo-ortodoxa preserva o paradoxo da fé, evitando reducionismos. Barth rejeitou a teologia natural, que defendia a possibilidade de conhecer Deus pela razão ou pela observação do mundo, insistindo que somente a revelação em Cristo torna Deus conhecido. Para ele, a revelação não é transmissão de informações, mas um encontro pessoal e existencial entre Deus e o ser humano. Outro ponto central é sua doutrina da Palavra de Deus, compreendida em três formas: a Palavra revelada (Cristo), a Palavra escrita (Escrituras) e a Palavra proclamada (pregação). Cristo, no entanto, é a revelação definitiva, sendo as Escrituras e a pregação testemunhos que só se tornam Palavra de Deus quando Deus soberanamente escolhe falar por meio delas. Por fim, Barth sustentou um cristocentrismo radical: Jesus Cristo é o centro absoluto da teologia, no qual o “totalmente Outro” se revela como o “totalmente Próximo”. Esse posicionamento distingue a neo-ortodoxia tanto do liberalismo quanto do fundamentalismo.

Referência: BARTH, K. Dádiva e Louvor: Artigos Selecionados. São Leopoldo: Sinodal, IEPG, 1996.

​Com base no texto e nos conteúdos estudados sobre a Teologia Neo-ortodoxa, analise as afirmativas a seguir:

I. Para Barth, Deus é simultaneamente oculto (absconditus) e revelado (revelatus).

II. A teologia neo-ortodoxa afirma que Cristo é a revelação definitiva de Deus.

III. A Palavra de Deus, segundo Barth, apresenta-se em três formas: revelada, escrita e proclamada.

IV. A teologia neo-ortodoxa considera que a razão humana pode conhecer plenamente a Deus sem necessidade da revelação.

​É correto o que se afirma em: