Na aurora do dilúvio informacional, talvez uma meditação do dilúvio bíblico possa nos ajudar a compreender melhor os novos tempos. Onde está Noé? O que colocar na arca? No meio do caos, Noé construiu um pequeno mundo bem-organizado. Face ao desencadeamento dos dados, protegeu uma seleção. Quando tudo vai por água abaixo, ele está preocupado em transmitir. Apesar do salve-se quem puder geral, recolhe pensando no futuro. “E Jeová fechou a porta” (Gênesis 7,16). A arca foi fechada. Ela simboliza a totalidade reconstituída. Quando o universo está desenfreado, o microcosmo organizado reflete a ordem de um macrocosmo que está por vir. Mas o múltiplo não se deixa esquecer. O dilúvio informacional jamais cessará. A arca não repousará no topo do monte Ararat. O segundo dilúvio não terá fim. Não há nenhum fundo sólido sob o oceano das informações. Devemos aceitá-lo como nossa nova condição. Temos que ensinar nossos filhos a nadar, a flutuar, talvez navegar. Quando Noé, ou seja, cada um de nós, olha através da escotilha de sua arca, vê outras arcas, a perder de vista, no oceano agitado da comunicação digital.
LÉVY, apud FAJARDO, Alexander. Teologia, Comunicação e Novas Mídias. Maringá: UniCesumar, 2018.
Considerando o texto apresentado, avalie as afirmações a seguir.
I. O dilúvio informacional, assim como o dilúvio bíblico, terá um fim.
II. A melhor proposta de segurança ao dilúvio informacional, é conhecer como a cibercultura funciona.
III. O “segundo dilúvio” propõe multipla informação, conectividade e transformação, de forma rápida, intensa e simultânea.
É correto o que se afirma em: