Os verbos transitivos têm seu sentido integrado por meio dos complementos verbais, enquanto os intransitivos não necessitam desses termos integrantes

José

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José?

[…]

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José!

[…]

ANDRADE, Carlos Drummond de. José. Disponível em: . Acesso em: 04 dez. 2018.

Com base no poema apresentado, avalie as afirmações a seguir.

I. Os verbos “zombar” e “fazer”, na primeira estrofe, para terem sentido completo, precisam de complementos, no entanto eles se classificam de modo diferente, pois o primeiro é transitivo indireto e o segundo direto.

II. Nos seis primeiros versos, predominam os verbos intransitivos, o que faz com que tenhamos a ideia de algo dinâmico, uma sequência de ações que transcorrem instantaneamente.

III. No trecho “se você tocasse/a valsa vienense”, o verbo “tocar” é transitivo direto, mas ele também pode funcionar como transitivo indireto, como em “Ela tocou em sua avó com delicadeza”.

IV. O verbo “morrer” é usado duas vezes, mas, na segunda estrofe, ele se classifica como transitivo, pois há o complemento verbal “no mar”; já, na terceira estrofe, funciona como intransitivo.

É correto apenas o que se afirma em