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Gestão Imobiliária

Recentemente, uma amiga me contava indignada sobre a situação vivenciada pela filha no exterior, vítima de preconceito e discriminação. Dizia ela que o sonho da adolescente sempre foi fazer intercâmbio. O presente de aniversário de 17 anos foi justamente cursar o último ano do ensino médio em um país do hemisfério norte, o que havia se transformado em um verdadeiro pesadelo. A jovem é o padrão de beleza considerado ideal para boa parte da população brasileira: loira, olhos azuis, magra e alta. Com tais características físicas não lhe faltaram portas e janelas abertas ao longo da vida. Qual não foi a surpresa quando a jovem, após um mês e meio fora do país, ligou deprimida, querendo cancelar o programa de estudos. Vítima de isolamento, discriminação e preconceito diariamente, faltavam-lhe ferramentas emocionais para lidar com a situação inédita e inesperada. A pele clara, fator de distinção positiva no Brasil, não foi credencial suficiente para garantir respeito, acolhimento, amizades e tratamento digno no exterior. Nos dias que se seguiram, a conversa não saía da minha cabeça. Resgatei na memória adormecida o meu próprio sofrimento diante do preconceito que vivenciei ao longo da infância e da adolescência e ainda vivencio. Descobrir, pelo olhar do outro, que você é considerada inferior e merecedora de tratamento diferenciado, por conta do seu fenótipo ou da sua origem, é cruel e causa uma dor imensa, sobretudo em uma fase da vida em que não se tem repertório emocional suficiente para avaliar o contexto histórico precedente e suas repercussões sociais, de modo a exteriorizar de forma construtiva a indignação.

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