Avançando no histórico, devemos pontuar a Eco Rio-92 (também chamada Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente ou Cúpula da Terra), que foi outro grande evento que marcou e trouxe
significativos avanços na área ambiental. Na ocasião, foram discutidas estratégias e ações a serem
implementadas pelos países participantes visando a concretização do conceito de desenvolvimento
sustentável. Os documentos elaborados no evento são:
Agenda 21;
Carta da Terra;
Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
Convenção da Biodiversidade;
Convenção da Desertificação;
Convenção das Mudanças Climáticas;
Declaração das Florestas.
Outro evento que merece destaque é a Rio+10, que ocorreu em Johannesburgo entre os dias 26 de
agosto e 4 de setembro de 2002, sendo palco de discussão sobre os avanços das proposições da
Eco-92. De acordo com Dias (2011), no referido evento, os participantes reiteraram o compromisso
com as melhorias nos três pilares do desenvolvimento sustentável: proteção do ambiente,
desenvolvimento social e desenvolvimento econômico.
Também merece destaque a Rio+20, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro nos dias 04 a 06 de
junho de 2012. A conferência marca os 20 anos da Cúpula da Terra, e seus objetivos eram: a definição
de uma agenda para a consolidação do desenvolvimento sustentável, a discussão sobre o conceito
de economia verde e a busca de alternativas para a erradicação da pobreza.
A realização de eventos globais na área ambiental é de extrema relevância uma vez que indicam
tendências e tecnologias e contribuem para a definição de políticas nessa temática. Os resultados
alcançados nesses eventos acabam influenciando na forma como as organizações conduzem a sua
gestão ambiental. Portanto, você, gestor(a) ambiental, precisa estar atento(a) às pautas, discussões e
resoluções dos eventos que vêm ocorrendo na área para poder sempre inovar na sua atividade
profissional!
As Organizações e a Questão Ambiental
As organizações, cada dia mais, vêm discutindo formas de melhorar seus processos, a fim de
aumentarem sua produtividade, eficiência e eficácia. Além disso, buscam ações que podem
diferenciá-las com vistas a ampliar seus negócios. Nesse sentido, vale refletirmos que ações voltadas
para a organização e otimização dos aspectos ambientais podem resultar em uma mudança de
imagem das organizações perante a sociedade.
Nesse sentido, as organizações buscam inserir nas suas rotinas conceitos e práticas que podem
trazer uma série de benefícios aos seus processos e ampliar seu mercado. Merece destaque quatro
práticas que vêm sendo muito discutidas nos últimos anos: a análise de ciclo de vida de produtos e
serviços, o conceito de econômica circular, a adoção de princípios de produção mais limpa e o
marketing verde. Iremos analisar cada um desses itens, na sequência.
Análise do Ciclo de Vida de Produtos e Processos
A realização de estudos sobre análise do ciclo de vida de produtos e processos permite identificar
inúmeras oportunidades de otimização tanto de um processo, quanto de um produto. Segundo a
norma NBR 10.040:2014, a avaliação do ciclo de vida pode ser conceituada como “compilação e
avaliação das entradas, saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao
longo do seu ciclo de vida” (ABNT, 2014, p. 2).
Para a realização desse estudo, devem ser considerados os critérios técnicos descritos na norma
NBR 14.040:2014 e as fases de realização desse estudo, que são: definição de objetivo e escopo;
análise de inventário; avaliação de impactos; e interpretação dos resultados obtidos no estudo.
Produção Mais Limpa (P+L)
A Produção Mais Limpa (P+L) refere-se à aplicação de uma estratégia preventiva da poluição de uma
empresa tendo como foco os processos e produtos (CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, s.d.). O objetivo da P+L é identificar e quantificar a geração de
resíduos sólidos, líquidos e gasosos para assim definir alternativas de minimização do consumo de
matérias-primas e insumo e possibilidade de reutilização (JABBOUR; JABBOUR, 2013).
Considerando os objetivos dessa metodologia, é imprescindível iniciar a sua aplicação em uma
organização a partir do apoio da alta administração, do envolvimento dos colaboradores e da
realização de um diagnóstico criterioso que permita visualizar todas as entradas de matérias-primas e
saídas de resíduos do processo.
As técnicas de P+L são classificadas em duas categorias, sendo uma aplicada à redução da geração
de resíduos, e outra que busca possibilidades de reuso dos resíduos. As técnicas voltadas à
minimização de resíduos envolvem modificações nos processos e nos produtos; para tanto, deve-se
estar atento às novas tecnologias para otimização. Por sua vez, o reuso dos resíduos está associado à
aplicação de ciclos biogênicos e de reciclagem externa.