ATIVIDADE 1 – JOR – JORNALISMO PARA PLATAFORMAS AUDIOVISUAIS – 51/2024
“TV e streaming em 2023 tiveram apelo à nostalgia, fortalecimento dos documentários e novela que entendeu o Brasil
‘Xuxa, o documentário’, ‘Vale o escrito’, ‘Vai na fé’, ‘Cangaço novo’, fim de ‘Succession’ e séries esportivas foram alguns dos destaques do ano
Em naves, balões e táxis, 2023 foi um ano de viagem na TV e no streaming. A nostalgia de décadas passadas, recurso usado em produções de ficção há alguns anos, foi a força motriz das principais produções dos últimos meses, que miraram na memória afetiva dos brasileiros.
O streaming nacional e a TV resgataram a década de 1980 com nomes como Balão Mágico, Xuxa e Angélica, com as duas apresentadoras aproveitando as efemérides dos aniversários de 60 e 50 anos, respectivamente. Elas, inclusive, se reuniram a Eliana (outro nome forte no imaginário da programação infantil do século passado) numa das mais elogiadas edições do “Criança Esperança” dos últimos tempos.
— Estamos num período de nostalgia de um modo geral, é uma tendência global, e muito disso está vinculado à cultura pop — diz o pesquisador de televisão Lucas Martins Néia, doutor em Comunicação pela USP. — Por isso, faz sentido ter esses nomes celebrados pelo audiovisual, principalmente nas plataformas de streaming.
Um X no seu coração
Com o gancho das seis décadas de vida, Xuxa foi a capitã desta jornada, nome onipresente na TV o ano todo. Começou como homenageada do “Altas horas”, da TV Globo, passou por apresentadora de reality show (“Caravana das drags”, do Prime Video) até chegar ao ápice como tema de série documental de cinco capítulos. “Xuxa, o documentário” (Globoplay, com exibição na TV Globo a partir de 8 de janeiro) foi um dos assuntos mais comentados do ano ao proporcionar à “rainha dos baixinhos” — e aos espectadores , claro — um reencontro com sua ex-empresária Marlene Mattos e com o ator Marcelo Ribeiro, com quem contracenou (ele, ainda criança) no polemico filme erótico “Amor, estranho amor” (1982).
A história da ex-modelo sexy que virou ícone da criançada dialogou nas telas atuais com a do grupo musical infantil Balão Mágico, tema da série documental “A superfantástica história do Balão” (Star+). O programa deles, exibido de 1983 a 1986 na TV Globo, antecedeu o “Xou da Xuxa”, no ar até 1992. Hoje adultos, os integrantes Mike, Simony, Tob e Jairzinho se reencontraram e relembraram os anos de diversão e de trabalho extremo a que foram submetidos em tão pouca idade.
O mesmo fez Angélica, que também despontou no showbiz ainda criança nos anos 1980. Ela aproveitou para comemorar meio século de vida com “Angélica: 50 & tanto”. Produzido pelo GNT, o programa teve exibição também no Globoplay e versões reduzidas no “Fantástico”, uma demonstração da exploração segmentada de conteúdo cada vez mais comum nos grandes conglomerados de mídia. Em cinco episódios, Angélica passou sua trajetória a limpo ao lado de amigas, com pílulas documentais e ponderações sobre hoje e ontem.
Reflexões que fazem parte de todas essas produções, que tentam chamar para si a responsabilidade de acertar as contas com o passado.
— Existe essa proposição de rever o que passou com outros olhos, quase como um processo psicanalítico compartilhado — diz Lucas Martins Néia. — Esses documentários suscitam a possibilidade de a própria mídia pensar sua história, de refletir sobre esses fenômenos de massa de outras décadas.
Formato acertado
Boa parte das produções de maior sucesso desse ano tiveram caráter documental. Um exemplo é a grande sensação “Vale o escrito” (Globoplay). Em sete episódios, a série contou a história do jogo do bicho no Rio e deu um panorama das disputas do território carioca pelo crime. Foi celebrada pelo trabalho de escutar personagens-chave — históricos e atuais — da contravenção. O sucesso foi tamanho que um podcast com conteúdo extra foi lançado semanas depois da série, e a segunda temporada foi confirmada para 2025.
— O mercado brasileiro está usando bem essa linguagem e ainda tem muito a explorá-la — diz Martins Néia. — Há algum tempo, temos visto bons documentários, e é um período interessante de consolidação e sucesso desse formato.”
DUVANEL, T. TV e streaming em 2023 tiveram apelo à nostalgia, fortalecimento dos documentários e novela que entendeu o Brasil. O Globo, Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2023. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/televisao/noticia/2023/12/31/tv-e-streaming-em-2023-tiveram-apelo-a-nostalgia-fortalecimento-dos-documentarios-e-novela-que-entendeu-o-brasil.ghtml
A reportagem acima mostra como os documentários foram algumas das produções audiovisuais produzidas para as plataformas de streaming de maior sucesso. A popularização deste tipo de conteúdo jornalístico é recente.
Com base no texto acima, no conteúdo trabalhado ao longo da disciplina e no Estudo de Caso, discorra os motivos, dos pontos de vista técnico e de consumo, pelos quais documentários estão mais populares atualmente.
ATENÇÃO:
Para realizar esta atividade, não esqueça de que é essencial assistir ao Estudo de Caso da disciplina. Bons estudos!