ATIVIDADE 2 – SSOC – ESTADO, SOCIEDADE E MOVIMENTOS SOCIAIS – 52_2024
QUESTÃO 1
Em se tratando de discussões sobre temas que dizem respeito a política, Bodart (2021) explica que para os contratualistas o Estado se originaria a partir do estabelecimento de um contrato social entre os membros de uma sociedade, o que seria possível diante da coesão social em torno da necessidade de enfrentamento de situações de conflitos e desordem social.
BODART, Cristiano das Neves. Contratualistas. In: BODART, Cristiano das Neves; FIGUEIREDO, César Alessandro Sagrillo.
Ciência Política para o Ensino Médio. Maceió: Café com Sociologia, 2021. p. 14.
Acerca da abordagem do contratualismo no material didático da disciplina, analise as afirmações a seguir segundo a exposição sobre o pensamento de Thomas Hobbes:
I – No estado de natureza, os homens viveriam em condição de guerra uns contra os outros, portanto seria um estado caracterizado por irracionalidade e violência.
II – O contrato social só seria possível se todos os indivíduos de uma sociedade cedessem sua liberdade ao Estado para que ele regulasse as relações sociais.
III – Mesmo que parte da população não consentisse, o poder soberano poderia se impor em favor daqueles que concordavam com o estabelecimento do contrato social.
IV – O contrato social seria externo aos homens e teria como finalidades promover a sua proteção e defesa ante aos demais na vida em sociedade.
É correto o que se afirma apenas em:
Alternativas
Alternativa 1 – I e II apenas.
Alternativa 2 – II, III e IV apenas.
Alternativa 3 – I, II e III apenas
Alternativa 4 – II e IV apenas.
Alternativa 5 – I, II, III e IV.
QUESTÃO 2
Excerto 1:
Inserida nos movimentos sociais institucionalizados em espaços públicos, as Organizações da Sociedade Civil, enquanto organizações do Terceiro Setor, passam a ser veículos de expressão da Sociedade Civil (CALEGARE, 2009). Alicerçados em um passado de política clientelista, os movimentos sociais aflorados após a revolução de 1964 até a promulgação da constituição de 1988 eram oposicionistas ao Estado e, portanto, se mantinham distantes das estruturas governamentais, muito mais por resistência do que por idealismo.
Disponível: https://periodicos.ufba.br/index.php/rigs/article/view/10976/11563.
Acesso em: 30 ago. 2023.
Excerto 2:
Nesse sentido, o objetivo de retirar o Estado (e o capital) da responsabilidade de intervenção na “questão social” e de transferi-los para a esfera do “terceiro setor” não ocorre por motivos de eficiência (como se as ONGs fossem naturalmente mais eficientes que o Estado), nem apenas por razões financeiras: reduzir os custos necessários para sustentar esta função estatal. O motivo é fundamentalmente político-ideológico: retirar e esvaziar a dimensão de direito universal do cidadão quanto a políticas sociais (estatais) de qualidade; criar uma cultura de autoculpa pelas mazelas que afetam a população e de auto-ajuda e ajuda mútua para seu enfrentamento; desonerar o capital de tais responsabilidades, criando, por um lado, uma imagem de transferências de responsabilidades e, por outro, a partir da precarização e focalização (não-universalização) da ação social estatal e do “terceiro setor”, uma nova e abundante demanda lucrativa para o setor empresarial.
Disponível: MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social.
São Paulo: Cortez, 2003, p. 23.
Sobre as relações entre Estado, sociedade e o terceiro setor, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
- O terceiro setor pode ser avaliado sob duas perspectivas diferentes. Por determinado ponto de vista, estas associações ou entidades sem fins lucrativos desempenham o importante papel de garantir à população brasileira o acesso aos seus direitos básicos. Porém, sob outra visão, o terceiro setor e sua forma de funcionamento acarretam na desresponsabilização do Estado perante a efetivação de políticas de proteção social.
PORQUE
- O fortalecimento do terceiro setor no Brasil, durante a última década do século XX, está associado à inserção da ideologia neoliberal no país e, consequentemente, à disseminação do individualismo e privatização dos serviços públicos.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
Alternativas
Alternativa 1 – As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
Alternativa 2 – As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
Alternativa 3 – A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
Alternativa 4 – A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
Alternativa 5 – As asserções I e II são falsas.
QUESTÃO 3
Em discussão acerca da conformação dos Estados nacionais, Gimenes (2018) destaca o autor clássico do campo das Ciências Econômicas Adam Smith, segundo o qual o feudalismo não contemplaria os objetivos das relações de comércio estabelecidas pelos senhores feudais.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. v. 2.
São Paulo: Abril Cultural, 1983.
GIMENES, Éder Rodrigo. Estado, sociedade e movimentos sociais.
Maringá-PR: UniCesumar, 2018. (adaptado).
Diante do contexto discutido pelo autor clássico, o que ocorreu com o feudalismo?
Alternativas
Alternativa 1 – O feudalismo se fortaleceu, especialmente por conta de conquistas coloniais.
Alternativa 2 – Os senhores feudais perderam poder político frente à ascensão da burguesia.
Alternativa 3 – Os senhores feudais se tornaram novos burgueses para se adaptar ao comércio.
Alternativa 4 – O feudalismo foi substituído pela escravidão e os vassalos perderam sua liberdade.
Alternativa 5 – A Igreja regulou as relações comerciais e exerceu poder sobre os senhores feudais.
QUESTÃO 4
Conforme discussão realizada em livro organizado por Reis (2019), a sociedade contemporânea estaria vivenciando neste momento a quarta Revolução Industrial, que decorreria da otimização das atividades produtivas, com utilização de robôs e inteligência artificial e, por conseguinte, possibilidade de substituição de força de trabalho humana com extinção de profissões e redução dos postos de trabalho. Trata-se de um processo de avanço daquilo que foi evidenciado com a segunda Revolução Industrial no século XIX.
REIS, Fábio. Revolução 4.0: a educação superior na era dos robôs.
São Paulo: Cultura, 2019.
Diante de tal contexto, analise as afirmações a seguir:
I –Dentre os efeitos da Revolução Industrial do século XIX destacam-se a urbanização, com ocupação homogênea da população nas cidades que se formavam.
II – O debate sobre a ocupação de espaços urbanos e o direito da população às cidades continua sendo pauta política e social relevante no século XXI.
III – Quando os trabalhadores rurais abandonaram os feudos, migraram para os burgos e se tornaram, automaticamente, burgueses.
IV – De modo geral, é possível afirmar que apesar de disparidades sociais, a urbanização teve também efeitos positivos sobre a vida dos trabalhadores.
É correto o que se afirma apenas em:
Alternativas
Alternativa 1 – I e II apenas.
Alternativa 2 – II, III e IV apenas.
Alternativa 3 – I, II e III apenas.
Alternativa 4 – II e IV apenas.
Alternativa 5 – I, II, III e IV.
QUESTÃO 5
O Estatuto da Criança e do Adolescente atribui a toda e qualquer criança e adolescente, sem distinção, uma série de direitos especiais, reconhecendo a sua “condição de pessoa em desenvolvimento” (art. 6º). Ao contrário do Código de Menores de 1979, que criou um verdadeiro estigma ao voltar a atenção do Estado para “menores em situação irregular”, o Estatuto não estabelece distinções entre “tipos” de crianças e de adolescentes. Na verdade, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, o que pode estar em “situação irregular” é o Estado ou a sociedade, jamais a criança ou o adolescente.
O Estatuto reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral (art. 3°) e do reconhecimento de sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento, impõe à família, à sociedade e ao Estado, na mesma linha da Constituição da República (art. 227, caput), o dever de assegurar, com prioridade absoluta, a efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente (art. 4°, caput).
Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/2764825/Carla_Carvalho_Leite.pdf.
Acesso em: 21 ago. 2023.
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
- O Estatuto da Criança e do Adolescente criou um novo paradigma em relação à concepção estatal sobre o público infanto-juvenil, uma vez que reconheceu sua condição de pessoa em desenvolvimento, cedendo-lhes direitos específicos.
- O reconhecimento da criança e do adolescente enquanto sujeitos de direitos, no Brasil, somente foi possível após a consolidação da Constituição Federal, em 1988, e, posteriormente, com a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente.
III. O Código de Menores, implementado em 1979, atuava por meio de uma concepção estigmatizante sobre as crianças e os adolescentes, principalmente sobre aqueles que se encontravam em situação de vulnerabilidade social e/ou econômica.
- O Estado brasileiro manteve uma abordagem regular em relação à população infanto-juvenil, resguardando seus direitos e sua proteção integral por meio de normativas como o Código de Menores e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1 – I, apenas
Alternativa 2 – II e IV, apenas.
Alternativa 3 – III e IV, apenas.
Alternativa 4 – I, II e III, apenas.
Alternativa 5 – I, II, III e IV.
QUESTÃO 6
Após a Revolução Industrial, os trabalhadores passaram a cumprir jornadas de trabalho extenuantes e a se submeter a condições e relações de trabalho que favoreciam exclusivamente aos burgueses, detentores do capital e do maquinário do qual os operários dependiam para o desenvolvimento de suas atividades de trabalho (GIMENES, 2018).
GIMENES, Éder Rodrigo. Estado, sociedade e movimentos sociais.
Maringá-PR: UniCesumar, 2018. (adaptado)
Diante da insatisfação com o conjunto de condições a que estavam submetidos, qual foi o recurso de ação mais eficaz adotado pelos trabalhadores à época?
Alternativas
Alternativa 1 – Greves
Alternativa 2 – Debates
Alternativa 3 – Boicotes
Alternativa 4 – Passeatas
Alternativa 5 – Ocupações
QUESTÃO 7
Para D’Araújo, o modelo sindical brasileiro foi, assim, construído visando ao controle social que pudesse levar à construção de um país harmonioso e pacífico. Visava impor uma filosofia social em contraposição à filosofia individualista do liberalismo ou à filosofia classista do marxismo. Essa “terceira via” traduziu-se no corporativismo e, com ela, buscava-se manter as hierarquias, mas diminuir as desigualdades sociais, evitar o conflito, banir a luta de classes e gerar harmonia social, progresso, desenvolvimento e paz.
Segundo Diehl, o corporativismo pode ser definido como uma doutrina que propugna a organização da coletividade, baseado na associação representativa dos interesses e das atividades profissionais (corporações).
Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/achs/article/view/6555/pdf_50.
Acesso em: 02 set. 2023.
Considerando seus conhecimentos sobre o movimento sindical e o corporativismo no Brasil, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
- O corporativismo e os sindicatos foram utilizados, durante a Era Vargas, como mecanismos de mediação de conflitos sociais e regulação da cidadania por meio da ideologia trabalhista.
PORQUE
- A representação institucional e a garantia de direitos da população trabalhadora, sobretudo daquela proveniente das zonas rurais, tornou-se uma das prioridades durante o Estado Novo.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
Alternativas
Alternativa 1 – As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
Alternativa 2 – As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
Alternativa 3 – A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
Alternativa 4 – A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
Alternativa 5 – As asserções I e II são falsas.
QUESTÃO 8
De acordo com os conteúdos explorados nas unidades III, IV e V, do material didático elaborado por Gimenes (2018), foram diversos os períodos históricos do desenvolvimento social e político brasileiro desde o fim do período colonial, em meados do século XIX, sendo que as alterações mais expressivas com relação ao desenvolvimento social ocorreram no século XX, já sob funcionamento da república. Dentre os marcos do século passado, destaca-se o primeiro período de experiência democrática no Brasil, que iniciou-se em 1945, tendo como uma de suas primeiras providências a elaboração de uma nova Constituição, que substituiu a Carta em vigor durante o Estado Novo.
Adaptado de: GIMENES, É. R. Estado, sociedade e movimentos sociais.
Maringá: Unicesumar, 2018.
Como se deu o fim do primeiro período democrático no Brasil?
Alternativas
Alternativa 1 – Por meio de eleições diretas.
Alternativa 2 – Por meio de um golpe militar.
Alternativa 3 – Por meio de eleições indiretas.
Alternativa 4 – Por meio de movimentos sociais.
Alternativa 5 – Por meio de movimentos operários.
QUESTÃO 9
A organização dos Estados nacionais em torno de questões econômicas é foco de constantes análises. Apesar do destaque clássico ao declínio do feudalismo frente ao fortalecimento da classe burguesa por conta das relações comerciais estabelecidas na segunda metade do milênio passado, outros conjuntos de práticas econômicas se destacaram no período (GIMENES, 2018).
GIMENES, Éder Rodrigo. Estado, sociedade e movimentos sociais.
Maringá-PR: UniCesumar, 2018. (adaptado).
Dentre as diferentes configurações de práticas econômicas organizadas ao longo dos séculos, qual é a denominação do período econômico que configurou-se como primeiro esboço do processo de globalização que ocorreria no século XX?
Alternativas
Alternativa 1 – Metalismo
Alternativa 2 – Liberalismo
Alternativa 3 – Capitalismo
Alternativa 4 – Mercantilismo
Alternativa 5 – Protecionismo
QUESTÃO 10
Segundo o filósofo contemporâneo Michel Foucault (1989), o poder deve ser analisado considerando que não pertence a um indivíduo, mas a uma instituição ou estrutura, sendo o indivíduo um meio de exercício do poder. De acordo com o exposto por Gimenes (2018), tal interpretação poderia ser analisada em diálogo com a teoria de um autor clássico.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. MACHADO, Roberto (Trad.).
- ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989. (adaptado).
GIMENES, Éder Rodrigo. Estado, sociedade e movimentos sociais.
Maringá-PR: UniCesumar, 2018. (adaptado).
.
Tendo em vista o conceito de poder e as relações entre autores e perspectivas analíticas, assinale o autor clássico cuja reflexão teórica pode ser considerada em diálogo com o exposto por Foucault:
Alternativas
Alternativa 1 – John Locke
Alternativa 2 – Adam Smith
Alternativa 3 – Thomas Hobbes
Alternativa 4 – Nicolau Maquiavel
Alternativa 5 – Jean-Jacques Rousseau