Como mulher negra, eu bem sei disso. Isolamento, exclusão, discriminação, preterimento, fazem parte do cotidiano da população negra que “se vira como pode”, sem recursos emocionais, com pouco repertório racial, muitas vezes sem educação, sem emprego e sem moradia. A ressignificação das situações vivenciadas é quase uma obrigação cotidiana para dar conta da vida.
Não por acaso, dados do Ministério da Saúde e que constam do Painel de Indicadores do SUS nº10, apontam que o racismo tem relação direta com os transtornos mentais da população negra.
É inegável que o Brasil vem evoluindo na luta contra o racismo, contando com um conjunto de normas que têm por objetivo fomentar a equidade racial, coibir e punir o crime de racismo, inserir os negros nas universidades e no serviço público.
Além disso, a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, firmada na 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, na Guatemala, em 5 de junho de 2013 foi promulgada por meio do Decreto 10.932/2022 e estabelece, em seus artigos 2º e 3º, que todo ser humano é igual perante a lei e tem direito à igual proteção contra o racismo, a discriminação racial e formas correlatas de intolerância, em qualquer esfera da vida pública ou privada, bem como tem direito ao reconhecimento, gozo, exercício e proteção, em condições de igualdade, tanto no plano individual como no coletivo, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, consagrados na legislação interna e nos instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados Partes.
Da mesma forma, o Brasil, assim como outros 192 países, é signatário da Agenda 2030 das Nações Unidas, assumindo o compromisso de concretizar os ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável), dentre eles o de número 10, que visa reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles, inclusive empoderando e promovendo a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.
Mas ainda falta muito. O racismo estrutural tem a força das raízes de mais de 500 anos que o sustentam.
A filha da minha amiga não voltou. Felizmente, superou o impacto inicial e vai concluir o tão sonhado intercâmbio, apesar do preconceito do qual ainda é vítima. Tenho a certeza de que ela, inteligente e sensível como sempre foi, não voltará a mesma. Ninguém passa por tais circunstâncias impunemente.
Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista. Sempre, em qualquer lugar do mundo, e sob quaisquer circunstâncias.
Fonte: https://bit.ly/3yXO7Vz. Acesso em: 1 jul. 2024.
O assunto abordado é de extrema relevância, e o texto demonstra o quanto é importante sermos antirracistas. O racismo trata-se de práticas discriminatórias, institucionais, históricas, culturais dentro de uma sociedade que privilegia algumas raças/etnias em detrimento de outras. No caso do texto, o preconceito existiu contra uma moça de pele branca, olhos azuis, alta e magra. Analisando o seu ambiente de trabalho ou de alguém que você conhece, comente sobre outros tipos de preconceitos existentes.
Atenção:
Reveja os temas abordados nas aulas.
– Argumente formalmente com sua próprias palavras.
– Sua resposta deve ter entre 7 e 10 linhas de argumentação.
– Textos que apresentarem cópias sem referência serão zerados.