“É importante destacar que as diretrizes curriculares não dizem respeito somente à população negra, mas a toda população brasileira. Isso reflete um projeto de sociedade no qual todas as raízes étnico-raciais devem ser reconhecidas e respeitadas. A Lei proporciona uma oportunidade para a ampliação do conhecimento e para o estabelecimento de diálogos”, ressalta a professora, relatora e conselheira da Lei, Petronilha da Silva, ao dirigir-se para uma sala cheia, composta de alunos, professores e pesquisadores. […]
Em 2004, ano seguinte à implementação da lei, foram adotadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e cultura Afro-brasileira e Africana. Essa resolução foi o desdobramento do Parecer CNE/CP 3/2004, cuja relatora e conselheira foi Petronilha. As diretrizes estipulam as formas de como as questões étnico-raciais devem ser trabalhadas na educação. Uma das orientações é reconhecer e valorizar as raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e asiáticas. “Inicialmente foi um trabalho de consultas, formal ou informal, com professores, estudantes, coordenadores de educação, pais de alunos, e outros. Foi um processo longo e o mais profundo possível”, conta a pesquisadora gaúcha sobre sua experiência em participar do processo.
Para Aretusa, uma das principais dificuldades é fazer com que os professores pensem, criticamente, a implementação da cultura afro-brasileira e africana nas suas salas de aula. Segundo ela, isso se deve à cultura europeia enraizada em nosso país. “Quem são os autores que estavam presentes na nossa graduação? Quando os analisamos, ainda percebemos um viés eurocêntrico muito marcante. Isso dificulta a adoção de uma abordagem crítica e ainda é algo que todos nós tendemos a normalizar”, destaca a professora que se concentra em pesquisas sobre o tema voltadas para a área infantil.
Em suas observações, ela também nota que os assuntos e estudos sobre a cultura afro-brasileira muitas vezes são limitados a um período específico, como o mês de novembro, durante a Semana da Consciência Negra, sem continuidade ao longo do ano letivo. Embora a Lei preveja um foco nos eixos de história, literatura e artes, segundo ela, sua aplicação deve ser efetivada em todas as disciplinas do currículo escolar.
“Para exemplificar, quando comecei a dar aulas em uma escola que já estudava a implementação dessas disciplinas, apesar de todo o diálogo, ainda existiam questões que eram deixadas de lado. Poucas eram as atividades com o tema, não tinham brinquedos pretos para as crianças. São detalhes que fazem a diferença para a construção da identidade da criança”, pontua. Apesar dos diversos desafios, a pedagoga expressa entusiasmo ao observar que o debate vem aumentando constantemente e a mudança curricular ainda está em processo.
Para o diretor de Ações Afirmativas, apesar das lutas constantes serem cansativas para muitos, são notáveis diversos avanços ao longo dos últimos anos. “Olhar para essa sala e ver ela cheia, com pessoas negras, é satisfatório, ainda mais para quem vem de uma outra época, onde o cenário era outro. É uma prova de que estamos no caminho.” Exemplificando esses avanços, Julvan ressalta a Lei de Cotas do Ensino Superior (Lei 12.711/12), que reserva 50% das vagas para alunos provenientes de escolas públicas, sendo metade desse percentual destinada a estudantes negros […].
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Fonte: https://www2.ufjf.br/noticias/2023/08/24/20-anos-da-lei-10-639-conquistas-e-desafios-para-uma-educacao-antirracista. Acesso: 01 Maio 2024.
Em 2023, completamos 20 anos da implementação da Lei 10.639/03 que decreta a obrigatoriedade de estudos e discussões acerca da História da África e da cultura africana e afro-brasileira na Educação Básica. De lá para cá, tivemos avanços significativos na formação e capacitação de professores, nos materiais didáticos escolares, na gestão das escolas e principalmente na estruturação do currículo base. Todavia, mesmo com todo este progresso ainda estamos muito longe de construir uma sociedade ética, que reconheça e valorize suas raízes históricas e que tenha como base a luta antirracista.
Por meio destas reflexões, convidamos você, futuro professor de História da Educação Básica, a pensar na organização de um plano de aula utilizando a ludicidade como ferramenta pedagógica nos estudos de História da África e Cultura Africana e Afro-brasileira, especificamente no 7º ano do Ensino Fundamental II, onde a temática está prevista de acordo com a BNCC. Para tanto, você deverá seguir as etapas listadas a seguir. Leia com atenção:
Etapa 01 – Plano de Aula do 7º ano do Ensino Fundamental II de acordo com a BNCC.
- Tema que será trabalhado:
História da África e Cultura africana e afro-brasileira. - Série/Ano:
Obrigatoriamente: 7º do Ensino Fundamental II. - Acessar a BNCC do 7º ano do Ensino Fundamental II.
- Unidade Temática da BNCC:
- Objetos de Conhecimento da BNCC:
- Habilidade da BNCC que será desenvolvida:
- Quantas aulas você vai utilizar para o desenvolvimento da sua prática:
Destaque quantas aulas você vai utilizar para desenvolver a temática escolhida. É importante lembrar que você precisa trabalhar primeiramente o conteúdo. Dessa forma, separe esta organização em momentos distintos. Exemplo: 1º Momento: (teoria) – 2º Momento: (teoria) – 3º Momento (realização da prática). - Quais os objetivos de Aprendizagem:
Quais as competências e/ou habilidades que você deseja atingir em seu aluno (a)? O que você quer que ele aprenda com a organização de sua aula? Apresente no mínimo 03 objetivos. - Brincadeira de origem africana escolhida: (acessar o pdf na pasta Material da Disciplina para escolher a atividade lúdica).
a) Nome da brincadeira:
b) País de origem: - Ludicidade e Aprendizagem Significativa:
Apresentar de maneira sintetizada como uma atividade lúdica pode contribuir para o envolvimento dos alunos durante a aula e como isso impacta diretamente na compreensão dos conteúdos trabalhados. - Materiais utilizados:
Destacar quais materiais você vai precisar para realizar a brincadeira com seus alunos. Por exemplo: garrafas pet, fitas, giz, canetas, cartolinas, cordas, latas, papéis etc. - Desenvolvimento da Brincadeira:
Explique o passo a passo da brincadeira escolhida. Como brincar? Individual, dupla, grupos?
Etapa 02 – (gravação de vídeo)
Após a conclusão do seu Plano de Aula (que será preenchido no template disponível na pasta Material da Disciplina), você deverá gravar um vídeo de acordo com o roteiro a seguir.
- a) Primeiramente, apresente-se falando seu nome completo, R.A, e polo que pertence.
b) Fale o nome da brincadeira e o país de origem.
c) Destaque quais materiais e/ou recursos são necessários para o desenvolvimento da brincadeira.
d) Quantos integrantes são necessários para a execução.
e) Conclua seu vídeo apresentando de maneira sintetizada os motivos que o levaram a escolher esta brincadeira. Seria pela facilidade de execução; pelo uso de poucos materiais; por ser uma dinâmica que pode ser realizada em grupo; ou mesmo por sua característica de desenvolvimento (concentração, memória, agilidade, movimentação corporal etc.).
*Atenção: você NÃO irá gravar a execução da brincadeira.
Seu vídeo deverá ser postado no seu canal do youtube na opção “NÃO LISTADO” contendo no mínimo 2 min e no máximo 5 min. Ao concluir o processo de upload você deverá copiar o link gerado pelo youtube e colar no espaço reservado dentro do template. Prontinho, agora só falta enviar a atividade Mapa e finalizar!
Obs.: Lembrando que a nota desta atividade será dividida em duas partes (uma parte reservada ao desenvolvimento da Etapa 01 e outra, para a Etapa 02).
Orientações extras:
*Primeiro passo: assista ao tutorial explicativo disponível na Sala do Café.
*Segundo passo: baixe o template (modelo) disponível na pasta do Material da Disciplina, é nesse arquivo que você irá desenvolver seu MAPA.
*Terceiro passo: desenvolva seu MAPA seguinto o que foi solicitado no enunciado. Sua atividade deve conter no máximo 4 laudas, considerando as referências bibliográficas. Lembre-se: seu Plano de Aula não pode conter sinopses da internet, deve ser escrito com suas próprias palavras.
*Quarto passo: Insira o link de acesso ao vídeo que você gravou e subiu para o YouTube. Certifique-se de que o link está acessível, caso não estiver, a nota referente a essa parte da atividade não será atribuída.
*Quinto passo: Anexe o arquivo no campo destinado para o envio da atividade. Após anexar o trabalho e certificar-se que se trata do arquivo correto, clique no botão Responder e, posteriormente, em Finalizar (após “Finalizar”, não será possível reenviar a atividade ou realizar qualquer modificação no arquivo enviado).
Bom trabalho!