Ações Estratégicas e Empreendedorismo – O Papel das Pessoas e das
Pesquisas
Conforme fizemos questão de destacar no tópico anterior, “o empreendedor é aquele que faz as
coisas acontecerem [proatividade], antecipa os fatos, conhece as pessoas e tem uma visão futura do
mercado e da sua organização” (DORNELLAS, 2016, p. 17). Dessa forma, o processo de
empreendedorismo pressupõe o envolvimento de diferentes pessoas, Organizações e processos na
transformação de uma ideia (nem sempre pronta – devidamente lapidada – para ser
operacionalizada) em uma (nova) oportunidade de negócio e ou no aprimoramento de algo já
existente. Sob esse prisma, é importante frisarmos que não há como dissociarmos o processo de
empreender da gestão de pessoas, visto que são justamente elas que farão com que um negócio
logre seus intentos.
Por meio dessas constatações, também destacamos que: além da preocupação com o
gerenciamento do capital humano, um empreendedor precisa, como enfatizamos na etapa inicial
desta aula, ter conhecimento bastante aprimorado da Disciplina de Planejamento Estratégico, em
especial no que concerne à importância de balizarmos as nossas ações gerenciais e decisionais em
propostas que contem com o respaldo de dados atualizados e confiáveis, bem como com o apoio
dos atores essenciais para a condução de todo o processo.
Em sintonia com esses pressupostos, também podemos mencionar a leitura de Hitt et al (2011, p. 97)
para quem o sucesso de toda e qualquer iniciativa, no campo da gestão, demanda a colaboração e o
comprometimento de todo um conjunto de parceiros, sejam pessoas físicas, sejam jurídicas, até
mesmo porque a consecução de determinado objetivo estratégico traz consigo a constante
necessidade de lidarmos com múltiplos interesses oriundos de diferentes atores que se fazem
presentes em determinado Mercado e cujo uníssono é que fará com que um negócio prospere de
forma robusta e perene.
Por fim, cabe-nos frisar, ainda, que se, nos últimos tempos, nós nos deparamos com uma revolução
sem precedentes na história da Humanidade, decorrente dos processos de digitalização e
informatização, e que encontra respaldo nos escritos do professor Seth Godin (2010), tais
transformações obrigaram os profissionais que atuam com Empreendedorismo a (re)ver, a (re)pensar
e, por conseguinte, a atualizar certas práticas empreendedoras.
Tal intento se volta justamente ao intuito de se manter as Organizações constantemente
competitivas, bem como capazes de responder de forma satisfatória aos anseios dos seus
investidores (sejam eles seus sócios, sejam acionistas), seus clientes, seus colaboradores, bem como
as demais partes interessadas, o que contempla uma leitura capaz de abarcar as peculiaridades dos
meios on e offline.
O Atual Cenário do Empreendedorismo no Brasil
Segundo Dino (2018), o Brasil vive um momento muito propício ao Empreendedorismo, por meio da
modalidade tradicional e ou digital, fato bastante estimulante para os profissionais e demais gestores
que já têm um negócio e ou pretendem lançá-lo nos próximos anos. Tal leitura é corroborada pelo
SEBRAE (2023) para quem: “a vocação empreendedora do brasileiro nunca esteve tão em alta”,
sendo que é justamente nos momentos de maior dificuldade que tal características torna-se ainda
mais evidente e perceptível.
O crescimento da atividade empreendedora em solo nacional é algo que já vem ganhando corpo
desde os anos de 2018-2019, não sendo à toa que, de acordo com dados oriundos de estudos
desenvolvidos pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2022) em conjunto com o SEBRAE:
“Os pequenos e médios negócios respondem por mais de 25% do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro, num total de mais de nove milhões de Micro, Pequenas e Médias
Empresas (MPMEs), as quais são responsáveis por mais de 52% dos empregos com
carteira assinada no setor privado.”
Nem mesmo a Pandemia foi capaz de barrar esse crescimento histórico, visto que tal variável
macroambiental redundou numa forte tração ao surgimento que projetos digitais, como o exemplo
das plataformas de e-marketplace, que tiveram uma expansão de mais de 37% nos últimos três anos
(GEM, 2022).
Além do fortalecimento dos negócios no ambiente digital, é importante destacarmos que esses
números já vêm crescendo de forma robusta e contínua nesses últimos anos, em decorrência de
variadas políticas desenvolvidas tanto pelo governo (o que também engloba ações mais regionais e
locais) quanto por outras Instituições, como o SEBRAE, voltadas ao incentivo do Empreendedorismo
brasileiro. Para que possamos ter noção desse crescimento, basta mencionarmos que:
“Em 2023, o Brasil deve atingir o maior patamar de empreendedores iniciais dos últimos
20 anos, com aproximadamente 25% da população adulta envolvida na abertura de um
novo negócio ou com um negócio com até 3,5 anos de atividade.”