Morte celular, sobrevivência, proliferação e diferenciação representam processos
fundamentais da vida. A morte celular desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento embrionário, mantendo a homeostase do organismo e eliminando as
células danificadas.
Uma classificação mais simples divide os processos de morte celular em programada e
não programada. A morte celular programada (apoptose) é conduzida por vias de
transdução de sinal intracelular fortemente reguladas. Em contraste, a morte celular
acidental (necrose) ocorre como resultado de lesão celular inesperada.
Dadas as características morfológicas e os mecanismos moleculares, a apoptose retém a
integridade da membrana celular e ocorre de maneira dependente das caspases. De
maneira geral, a apoptose envolve uma série de eventos rigidamente controlado, sendo
caracterizada por encolhimento celular, formação de bolhas na membrana, perda de
organelas posicionais, condensação e fragmentação do DNA. Três vias de sinalização são
conhecidas por desencadear a morte celular apoptótica: a via extrínseca (receptores de
morte), a via intrínseca (mitocondrial) e a via perforina/granzima.
Em contraste, a morte celular por necrose é caracterizada, principalmente, por ruptura de
membrana e independência de caspase. A necrose é estimulada por uma série de fatores
externos, como infecção, toxinas e lesões físicas, que levam a alterações morfológicas,
como:
Edema citoplasmático (oncose);
Fase pré-letal causada pelo rompimento de bombas iônicas, como
ca+ influxo;
Ruptura da membrana plasmática e subsequente perda de organelas
intracelulares sem condensação severa da cromatina, mas com dna degradado aleatoriamente.
Esse tipo de morte é frequentemente observada em isquemia, traumas e possivelmente
algumas formas de neurodegeneração. Veja, na Figura 6, a representação desses dois
tipos de morte celular e suas diferenças.
Processamento do Material Histológico com Inclusão em Parafina
A inclusão em parafina é o método padrão de preparação de cortes histológicos para
análise pela microscopia de luz. É um método barato, comparativamente simples e
passível de automação. A amostra de tecido é geralmente fixada em uma solução aquosa à
base de formalina (formol a 10%) e, em seguida, progressivamente desidratada pela
passagem de uma série de soluções de álcoois (p. ex., 60%, 70%, 90%, 100%), até que toda a
água (água intrínseca dos tecidos e a água presente no fixador) tenha sido removida e o
espécime esteja completamente permeado pelo álcool absoluto. A seguir, o álcool é
substituído por um solvente orgânico que seja miscível com água e com a parafina líquida
(o álcool não é miscível com parafina). O espécime resultante é imerso na parafina a uma
temperatura um pouco acima do ponto de fusão da parafina, que é sólida à temperatura
ambiente. Quando o material está completamente permeado pela parafina derretida, ele é
resfriado em temperatura ambiente, de modo que a parafina solidifique. A parafina atua
como um suporte físico para a amostra, permitindo que cortes finos (2 a 7 μm) sejam
obtidos sem deformação da estrutura e da arquitetura celular (LOWE, 2016).
O próximo nível de organização é o órgão, onde vários tipos de tecidos se unem para
formar uma unidade de trabalho. Assim como é importante conhecer a estrutura e a
função das células para conseguir estudar os tecidos, o conhecimento dos tecidos ajuda a
entender como os órgãos funcionam. Sendo assim, a partir desses níveis de organização,
entramos no aspecto que objetiva estudar a forma e, por conseguinte, a função dos órgãos
e sistemas, ou seja, a partir deste ponto, passamos a estudar a morfofisiologia.
A morfologia, geralmente chamado de anatomia, é um campo da área da saúde que
objetiva identificar e descrever as estruturas corporais dos seres vivos. A anatomia
macroscópica envolve o estudo das principais estruturas do corpo por dissecção e
observação e, em seu sentido mais restrito, preocupa-se apenas com o corpo humano.
Normalmente, refere-se ao estudo das estruturas grandes o bastante para serem
examinadas sem a ajuda de dispositivos de aumento, enquanto a anatomia microscópica
trata do estudo de unidades estruturais tão pequenas que podem ser observadas apenas
com um microscópio de luz.