Estudos desenvolvidos pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) também demonstraram que se, no
ano de 2018, o país “atingiu a segunda maior taxa total de empreendedores de sua série histórica,
com 36% da população adulta envolvida, direta ou indiretamente, com atividades empreendedoras”
(GEM, 2019), no ano seguinte, “o país atingiu 23,3% de taxa de Empreendedorismo inicial, considerada
a maior marca até agora e o segundo melhor patamar total de empreendedores (38,7% da
população adulta, entre 18 e 64 anos) desde 2002, primeiro ano da série histórica dessa variável”
(GEM, 2019).
Ainda segundo os dados coletados pelo GEM, no ano passado (2022), e computados pelo SEBRAE
em 2023, “estima-se que existam um total de 57,4 milhões de brasileiros à frente de alguma atividade
empreendedora” (SEBRAE, 2023 n.p.), o que apenas corrobora a constatação de que “ter um negócio
próprio é o principal sonho de aproximadamente 39,5% dos adultos brasileiros, com idade entre 18 e
64” (SEBRAE, 2023 n.p.).
Mesmo diante de tantas estatísticas bastante otimistas, devemos reforçar que o caminho para o
sucesso, no entanto, é permeado por inúmeros obstáculos, pois: “além das crises econômicas, que
atingem de forma mais acentuada as micro e pequenas empresas, o empreendedor precisa se
desdobrar todos os dias para garantir a sobrevivência do seu negócio” (DINO, 2018). Além do mais,
uma parte considerável das micro e pequenas empresas (incluindo as startups), justamente por
serem menores, mais dinâmicas e menos burocráticas, acabam por ter dificuldades em mapear e, na
sequência, implementar os seus processos (internos e externos), bem como de ter uma clareza de
como os seus negócios estão indo (como saber a ausência de indicadores 100% confiáveis e ou que
sirvam para todos os modelos de Empreendimento).
No campo mais específico do Empreendedorismo Digital e ou Híbrido, Paulo Gratão (2020) também
salienta que o desejo por uma maior independência financeira (e ou fazer uma renda extra),
acompanhado pela possibilidade de trabalhar de forma autônoma e flexível são os grandes
incentivadores que fazem com que cada vez mais brasileiros optem pela promoção de negócios no
ambiente on-line. Das vantagens dos empreendimentos virtuais, Nilson Filatieri (apud GRATÃO, 2020)
menciona que: “a flexibilidade e a abrangência deverão ser os principais motores para o surgimento
de novos negócios digitais dos anos 2020 em diante” pois, como não existe limite de clientes, muito
menos barreiras geográficas a serem transpostas – dependendo do produto a ser oferecido – é
possível que um negócio possa, num curto espaço de tempo, ter abrangência mundial.