Como citado no tópico anterior, o envelhecimento é um processo que afeta todos os
sistemas biológicos, com grandes sequelas no sistema nervoso. É fato que o
envelhecimento – tanto normal quanto patológico – do sistema nervoso envolve estresse
oxidativo elevado, metabolismo energético perturbado e acúmulo de agregados
proteicos. Alterações nas vias de substituição, assim como regeneração e reparo celulares,
também são fatores importantes que se alteram no sistema nervoso envelhecido.
Alterações durante o processo de senescência podem estar associadas a doenças
neurológicas. As alterações patológicas que começam no nível molecular afetam as
células do organismo envelhecido e levam à deterioração sistêmica, dando origem a
doenças neurológicas relacionadas à idade.
Em resumo, os mecanismos de senescência começam em nível molecular e,
gradualmente, levam à desintegração morfológica e à perda funcional das células
cerebrais. Por fim, acarretam deterioração do SNC e aumentam o risco de doenças
neurológicas. As principais doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento
são doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Huntington e esclerose lateral
amiotrófica (ELA).
Como citamos no início deste tópico, o outro sistema que participa da regulação da
homeostase é o sistema endócrino, que usa apenas um método de comunicação:
sinalização química. Esses sinais são enviados pelos órgãos endócrinos, que secretam
substâncias químicas (hormônios) no fluido extracelular. Observe as principais glândulas e
seus respectivos hormônios na Figura 16.
Endocrinologia é uma especialidade da área da medicina que se concentra no tratamento
de doenças do sistema endócrino. Endocrinologistas são médicos especializados no
tratamento de doenças associadas aos sistemas hormonais, como doenças da tireoide e
diabete melito. Os cirurgiões endócrinos tratam as doenças endócrinas por meio de
remoção ou ressecção da glândula endócrina afetada.
Os hormônios são transportados principalmente pela corrente sanguínea por todo o corpo,
onde se ligam a receptores nas células-alvo, induzindo uma resposta característica. Como
resultado, a sinalização endócrina requer mais tempo do que a sinalização neural para
induzir uma resposta nas células-alvo, embora o tempo exato varie de acordo com os
diferentes hormônios. Por exemplo, quando você se depara com uma situação perigosa ou
assustadora e aciona a chamada resposta de luta ou fuga, ocorre a liberação de hormônios
adrenais – epinefrina e norepinefrina – em questão de segundos. Em contraste, pode levar
até 48 horas para que as células-alvo respondam a certos hormônios reprodutivos.
Existem hormônios que são derivados de aminoácidos ou lipídios. Os derivados amínicos
se originam dos aminoácidos triptofano ou tirosina. Já os hormônios de aminoácidos
maiores incluem peptídeos e hormônios proteicos. Os esteroides são derivados do
colesterol.
Os hormônios hidrofóbicos são capazes de se difundir através da membrana e interagir
com um receptor intracelular. Os hidrofílicos, por outro lado, interagem com os receptores
da membrana celular. Estes são tipicamente associados a uma proteína G, que é ativada
quando o hormônio se liga ao receptor, iniciando uma cascata de sinalizações que envolve
um segundo mensageiro, como o monofosfato de adenosina cíclico (cAMP). O sistema de
segundos mensageiros amplifica o sinal hormonal, criando uma resposta mais ampla, mais
eficiente e mais rápida.
Essas substâncias químicas são liberadas mediante estimulação de origem química ou
neural. A regulação da liberação de hormônios é alcançada principalmente por meio de
feedback negativo. Vários estímulos podem causar a liberação de hormônios, mas existem
três tipos principais:
Estímulos humorais: mudanças nos níveis de íons ou nutrientes no
sangue;
Estímulos hormonais: alterações nos níveis hormonais que iniciam
ou inibem a secreção de outro hormônio;
Estímulos neurais: ocorrem quando um impulso nervoso induz a
secreção ou a inibição de um hormônio.