Orçamento Secreto
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional o chamado “orçamento secreto”, como ficaram conhecidas as emendas de relator ao Orçamento Geral da União. O julgamento foi concluído, com seis votos pela inconstitucionalidade e cinco votos divergentes, com entendimentos diversos entre si. O “orçamento secreto” consiste no uso ampliado das emendas do relator-geral do orçamento, para efeito de inclusão de novas despesas públicas ou programações no projeto de lei orçamentária anual da União. Em seu voto, a relatora afirmou que as emendas RP-9 violam os princípios constitucionais por serem anônimas, sem identificação do proponente e clareza sobre o destinatário.
Pela decisão majoritária da Corte, esse tipo de prática orçamentária foi declarado incompatível com a ordem constitucional brasileira, e as emendas do relator-geral devem se destinar, exclusivamente, à correção de erros e omissões. Por fim, o STF decidiu que todas as áreas orçamentárias e os órgãos da administração pública que empenharam, pagaram e liquidaram despesas por meio dessas emendas, nos exercícios financeiros de 2020 a 2022, devem publicar os dados referentes aos serviços, obras e compras realizadas. Também devem ser identificados os respectivos solicitadores e beneficiários, de modo acessível, claro e fidedigno, no prazo de 90 dias. Em 2022, o uso desse tipo de emenda chegou ao montante de R$ 16,5 bilhões, e R$ 19,4 bilhões haviam sido reservados para este fim no orçamento de 2023.
Fonte: adaptado de: <https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=499330&ori=1>. Acesso em: 24 maio 2023.
O texto apresenta uma situação real na qual a verba pública é destinada a finalidades, que até poderiam ser consideradas legais, mas que por serem anônimas, ou seja, não serem assinadas por nenhum deputado e sem nenhum tipo de transparência, podem ferir os Princípios Básicos da Administração Pública, conforme artigo 37 da Constituição brasileira.
Nesse sentido, responda:
- a) Analise o texto e indique no mínimo dois Princípios Básicos da Administração Pública que podem ser violados em uma ação de “orçamento secreto”, indicando o porquê dessa violação.
- b) Para que sejam superadas possíveis ilegalidades, explique como você indicaria formas para dar maior transparência ao “orçamento secreto”. Para esta resposta, utilize no mínimo cinco linhas.
- c) Crie um mapa mental relacionado aos Princípios Básicos da Administração Pública (artigo 37 da Constituição Federal brasileira), destacando a ideia principal deste exercício que evidenciou.