Sobre este assunto, considere a alternativa correta.
Segunda-feira, 22 de Maio de 1944.
Querida Kitty:
Não é exagero se te disser que toda a cidade de Amsterdã, toda a Holanda, mais, toda a costa ocidental da Europa até à Espanha, só fala e discute, dia e noite, sobre a invasão. A tensão aumenta e está a tornar-se insuportável. Afinal nem todas as pessoas que nós julgávamos bons holandeses, mantêm a sua confiança nos ingleses. Não há país nenhum que tenha vontade de sacrificar os seus homens só para o bem de um outro país, e a Inglaterra não é diferente dos mais[…]. Reina o antissemitismo nos círculos onde antigamente nem se pensava em tal coisa. Isto impressionou-nos profundamente. A causa deste ódio contra os judeus talvez se compreenda e se explique, mas a verdade, é que se trata de um equívoco. Os cristãos censuram os judeus e dizem que eles se rebaixam perante os alemães, que denunciam os seus protetores e que muitos cristãos têm, por culpa dos judeus, sofrido terríveis provações. Pode ser que haja alguma verdade nisto mas, como em todas as coisas, há o reverso da medalha. O que fariam os cristãos se estivessem no lugar dos judeus? Será fácil a alguém manter-se firme e correto com os métodos usados pelos alemães? Todos sabem que é quase impossível. Então, porque é que se exige o impossível dos judeus? Nos grupos ilegais da resistência corre o boato de que os judeus alemães, em tempos emigrados para a Holanda e agora deportados para a Polônia, nunca mais poderão regressar aqui. Ao ouvir coisas assim, surge a pergunta: Para que se faz esta guerra tão dura e tão longa? Diz-se sempre que lutamos todos juntos pela verdade, pela liberdade e pelos direitos do homem. E afinal a discórdia começa enquanto ainda se luta, e já outra vez o judeu é inferior aos outros?
Tudo o que faz qualquer judeu recai sobre todos os judeus”. Só me resta esperar isto: que o ódio aos judeus seja apenas passageiro e que os holandeses voltem a mostrar-se como são na realidade! Porque o antissemitismo é uma injustiça!!!
Gosto da Holanda. Esperei sempre que um dia me servisse de pátria, a mim, que já não tenho pátria. E continuo a ter esta esperança! Tua Anne.
Vivemos em uma sociedade em que as opiniões exacerbadas, extremismos políticos e religiosos e negacionismos ganham espaço nas redes sociais. Em relação a essas temáticas, Professora, Ana que é muito ativa e ligada as mudanças apresentadas para o Novo Ensino Médio, propôs a seguinte atividade: Registrar em um diário, o dia a dia na escola. Nesse registro, é importante que cada estudante, relate ações que o incomode, como por exemplo; violência simbólica, física ou verbal, ridicularização pela aparência e pelos posicionamentos políticos e religiosos, entre outras situações que lhe cause constrangimento. Ao final de cada semestre, a professora, recolherá os diários e fará um seminário com os relatos apresentados, sem identificar quem escreveu cada diário.
Acerca da prática da Professora Ana, analise as afirmativas a seguir:
I- Após a leitura dos diários, é possível criar um Podcast semanal para divulgar os abusos, indicar os agressores e puni-los de acordo com a lei.
II- Diário, pode ser considerado uma fonte de estudo para a História. Contudo, é necessário muito cuidado e rigor científico ao se debruçar sobre essa fonte, para não propagar mentiras ou cometer equívocos.
III- O trecho do diário de Anne Frank é utilizado até hoje, para demonstrar os abusos e atrocidades cometidos por um regime fascista. Contudo, não é possível utilizar dos relatos dos estudantes para trabalhar a liberdade de expressão.
IV- Ao propor esta atividade aos alunos, Ana, possibilita identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las com base em argumentos éticos.
É correto o que se afirma em:
“A sintonia fina de uma época, fornecendo uma leitura do presente da escrita, pode ser encontrada em um Balzac ou em um Machado, sem que nos preocupemos com o fato de Capitu, ou do Tio Goriot e de Eugène de Rastignac, terem existido ou não. Existiram enquanto possibilidades, como perfis que retraçam sensibilidades. Foram reais na “verdade do simbólico” que expressam, não no acontecer da vida. São dotados de realidade porque encarnam defeitos e virtudes dos humanos, porque nos falam do absurdo da existência, das misérias e das conquistas gratificantes da vida. Porque falam das coisas para além da moral e das normas, para além do confessável, por exemplo”.
I – A literatura é uma fonte privilegiada para o historiador, pois permite a ele ter acesso ao imaginário de uma época.
II – A literatura não tem valor para os estudos históricos, uma vez que seus personagens e contextos são todos ficcionais.
III – História e Literatura são campos de saberes distintos, o que as aproxima é que ambas têm o mesmo compromisso com o que de fato aconteceu no passado.
IV – A História busca se aproximar o máximo possível da verdade em relação à um determinado fato histórico, ainda que essa verdade, tal qual ocorreu seja inatingível.
É correto o que se afirma em:
Analise com atenção cada um deles:
Documento 1:
População em situação de rua cresceu 31% nos últimos dois anos em São Paulo
A prefeitura de São Paulo divulgou, na noite deste domingo (23), dados alarmantes sobre o crescimento da população em situação de rua na capital: em dois anos o aumento foi de 31%. Atualmente, há 31.884 pessoas vivendo nas ruas da cidade, em 2019 era 24.344 pessoas.
(…) O primeiro Censo da População em Situação de Rua realizado cidade depois do início da pandemia de Covid-19 mostrou as consequências socioeconômicas que vieram com a crise sanitária. O censo, que deveria ser realizado em 2023 conforme prevê a legislação, foi antecipado devido ao agravamento da crise e, segundo a prefeitura, pela necessidade de oferecer soluções rápidas para apoiar esta população.
“Vestidos de farrapos, sujos, semiesfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.”
I – O caráter ficcional do segundo documento inviabiliza a sua utilização em aulas de História, pois esta ciência é baseada na investigação dos fatos históricos e não da ficção.
II – Ambos os documentos abordam a problemática das pessoas em situação de rua, desse modo, não é necessário contextualizar cada um deles para o trabalho em sala de aula.
III – A causa para o aumento do número de pessoas em situação de rua, apresentada no documento I, é a mesma que levou a criação do grupo dos “Capitães de Areia” protagonistas da obra de Jorge Amado.
IV – Apesar de pertencerem a contextos diferentes, sendo o primeiro real e o segundo fictício, os dois documentos trazem pontos de reflexões importantes acerca do problema social das pessoas que estão em situação de abandono.
É correto o que se afirma em:
A literatura é a narrativa que, de modo ancestral, pelo mito, pela poesia ou pela prosa romanesca fala do mundo de forma indireta, metafórica e alegórica. Por vezes, a coerência de sentido que o texto literário apresenta é o suporte necessário para que o olhar do historiador se oriente para outras tantas fontes e nelas consiga enxergar aquilo que ainda não viu.”
( ) A literatura pode ajudar o historiador a compreender o imaginário de uma época.
( ) Tanto o discurso histórico quando o ficcional tentam representar o mundo a sua volta, interpretá-lo, compreendê-lo, significa-lo.
( ) Assim como o autor de um romance, o historiador tem liberdade para criar personagens e enredos quando suas fontes não são suficientes.
( ) Por mais que um livro não retrate personagens reais, muitos deles trazem situações que foram muito comuns à época retratada na obra, personagens baseados em uma ou várias pessoas que de fato viveram aquele período.
A sequência correta é:
“…numa multiplicidade de documentos: escritos de todos os tipos, documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas, documentos orais, etc. Uma estatística, uma curva de preços, uma fotografia, um filme, ou, para um passado mais distante, um pólen fóssil, uma ferramenta, um ex-voto são, para a história nova, documentos de primeira ordem”.
Com base nas informações acima, considere a alternativa que apresenta corretamente o nome da escola histórica que promoveu essa revolução documental.
Excerto 1:
“A literatura é produto de seu tempo e é reflexo das condições socioculturais do meio em que os autores se inserem”.
“Nunca tivera uma alegria de criança. Se fizera homem antes dos dez anos para lutar pela mais miserável das vidas: a vida de criança abandonada. Nunca conseguira amar a ninguém, a não ser a este cachorro que o segue. Quando os corações das demais crianças ainda estão puros de sentimentos, o do Sem-Pernas já estava cheio de ódio. Odiava a cidade, a vida, os homens. Amava unicamente o seu ódio, sentimento que o fazia forte e corajoso apesar do defeito físico”.
I – A obra Capitães de Areia pode ser utilizada em sala de aula para abordar o problema social das crianças em situação de abandono, não apenas no início do século XX, mas também na atualidade.
PORQUE
II – A crítica social presente em diversas obras de Jorge Amado retrata problemas que assolavam a sociedade baiana contemporânea do autor, mas que ultrapassam limites temporais e espaciais.
A respeito dessas asserções, considere a opção correta:
Nesse sentido, diante as mudanças implementadas na BNCC e, para explicar melhor um período da França revolucionária do século XVIII, a professora Célia, solicitou aos alunos que discutissem a obra literária intitulada: “Os Miseráveis”, do escritor Victor Hugo.
Sobre isso e de acordo com as Competências e Habilidades específicas de Ciências Humanas e Aplicadas para o Ensino Médio, analise as afirmativas sobre as possibilidades de estudo que a Professora Célia pode utilizar para orientar os estudos.
I – É possível trabalhar a obra literária como um componente curricular da Arte e das Linguagens, com intuito de aliar o pensamento e a ludicidade, trabalhados no Ensino Fundamental, e fortalecer o exercício da crítica.
II – Ao escolher uma obra literária, a Célia coloca em risco seu trabalho pedagógico, pois a Literatura e a História tem caminhos e propostas metodológicas diferentes, desse modo, não é possível utilizar-se da Literatura para estudar a História.
III – Ao estudar a Obra “Os Miseráveis” é possível despertar nos alunos as habilidades de identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
IV – Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
É correto o que se afirma em:
Texto 1:
Os brasileiros presos por furto de comida na pandemia de Covid
Quando chegou à casa da filha, a comerciante Maria* encontrou suas duas netas sozinhas e trancadas; a mais velha, de cinco anos, cuidava da irmã mais nova, de três. “A maiorzinha começou a chorar quando me viu. Ela ficou muito emocionada de encontrar a avó. Eu devia ter tirado uma foto para comparar depois: elas estavam tão magrinhas, com fome”, conta.
A mãe das garotas, Joana, uma mulher negra de 24 anos, tinha sido presa duas semanas antes, em março deste ano, dentro do estacionamento de um supermercado de uma cidade de Minas Gerais. Segundo a polícia, a jovem foi pega depois de tentar sair com dois pedaços de picanha e uma lâmina de barbear em sua bolsa – ela negou o crime, dizendo que os produtos foram colocados na mochila por uma colega que também estava no mercado, mas que fugiu no momento da prisão.
Desempregada, Joana ficou por quase três meses na cadeia, sem contato com as filhas, que ficaram com seu companheiro. “O namorado dela me ligou só duas semanas depois da prisão da minha filha, contando o que tinha acontecido. Disse que eles estavam envergonhados. Fui buscar minhas netas, e elas estavam sozinhas e trancadas”, conta Maria.
Casos como o da jovem, em que pessoas são presas por furtar comida ou pequenas quantias, são conhecidos como furto famélico. Embora ainda não existam dados específicos, defensores públicos ouvidos pela reportagem dizem que a quantidade desses processos está aumentando em tribunais pelo país, um sintoma da pandemia de Covid-19 e do aumento da fome no país.
Em 2020, cerca de 19 milhões de pessoas viviam em situação de fome no país, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Em 2018, eram 10,3 milhões. Ou seja, em dois anos houve uma alta de 84,4% (ou quase 9 milhões de pessoas a mais).
[….] Chegou um Inverno muito rigoroso, em que Jean Valjean não encontrou que fazer. Ficou sem trabalho e a família sem pão. Sete criancinhas sem pão! Num domingo à noite, preparava-se Maubert Isabeau, padeiro com estabelecimento no largo da igreja, em Taverolles, para se deitar, quando ouviu uma violenta pancada na vidraça gradeada da sua loja. Correu imediatamente para ali e chegou a tempo de ver um braço passando por uma abertura feita no vidro com um murro, pegar num pão e levá-lo. Isabeau saiu apressadamente e correu atrás do ladrão, que fugia como lhe permitiam as pernas, conseguindo alcançá-lo. O ladrão largara o pão no caminho durante a corrida, mas ainda o braço ensanguentado.
Passava-se isto em 1795. Jean Valjean foi levado aos tribunais daquele tempo pelo crime de roubo noturno com arrombamento. Jean Valjean foi condenado a cinco anos de galés[…]
( ) Os excertos acima, permitem leituras e análises que possibilitam ao docente discussões sobres as questões que permeiam a memória, história, linguagem e suas significações e denuncia social.
( ) Os excertos denotam temas atemporais, cujo trabalho do docente previsto na Base, é identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
( ) Em ambos os textos, as penas aplicadas para os delitos foram brandas, pois os criminosos justificaram o roubo apenas para saciar a fome. Após pagar o crime para a Justiça, os acusados retornaram aos seus trabalhos e puderam se estabelecer economicamente.
( ) Entre a 1ª e a 3ª série do Ensino Médio, os estudantes devem desenvolver as habilidades de analisar o funcionamento das linguagens apresentadas nos excertos, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos sob diversas maneiras, sejam elas visuais, verbais, sonoras e até mesmo gestuais.
A sequência correta é:
A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
As questões que nos levam a pensar a História como um saber necessário para a formação das crianças e jovens na escola são as originárias do tempo presente. O passado que deve impulsionar a dinâmica do ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental é aquele que dialoga com o tempo atual.
Sobre a relação passado e tempo atual e as competências previstas na área de Ciências Humanas e Sociais, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:
I – A questão do tempo, sincronias e diacronias, bem como as reflexões sobre o sentido das cronologias, são estudados no 6º ano do Ensino Fundamental II.
PORQUE
II- É necessário, identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos, como as continuidades e rupturas para compreender a configuração dos fatos históricos.
Acerca das asserções, considere a alternativa correta: