Sendo assim, pela aplicação de indicadores objetivos, é possível mensurar os avanços de uma instituição com relação à questão ambiental e de direitos sociais.

Silva e Oliveira (2022) comentam que o ESG é um critério para a indicação de práticas
socioambientais na governança de uma organização. Sendo assim, pela aplicação de indicadores
objetivos, é possível mensurar os avanços de uma instituição com relação à questão ambiental e de
direitos sociais.

Portanto, a identificação de ações/atividades de uma organização e o seu monitoramento ao longo
do tempo são informações imprescindíveis para determinar o grau de maturidade com relação ao
ESG. Nesse sentido, precisamos pontuar que recentemente a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) publicou uma normalização específica sobre o assunto.

Em dezembro de 2022, a ABNT publicou a PR 2030 (ABNT, 2022) – Ambiental, social e governança
(ESG) – conceitos, diretrizes e modelos de avaliação e direcionamento para organizações. Nesse
documento, consta o conceito de ESG, que é o “conjunto de critérios ambientais, sociais e de
governança a serem considerados na avaliação de riscos, oportunidades e respectivos impactos,
com objetivo de nortear atividades, negócios e investimentos sustentáveis” (ABNT, 2022, p. 4).

A normalização pode ser aplicada a organizações brasileiras de qualquer porte, e, considerando os
critérios indicados no documento, é possível determinar o grau de maturidade para os eixos
ambiental, social e de governança.

Mas como implementar o ESG em uma empresa? A PR 2030 (ABNT, 2022), apresenta um item
específico sobre a forma de incorporação desse conceito em uma organização. A Figura 2 apresenta
um fluxograma desse processo.

Ainda, você poderá encontrar no documento os temas (subdivisão de cada eixo do ESG), os critérios
(aspectos específicos de cada tema) e as práticas relacionadas a cada um dos eixos do ESG –
ambiental, social e governança. Também, há a indicação de fontes de informações adicionais.

Um dos critérios integrantes do eixo de governança é a divulgação dos resultados das ações de ESG
de uma organização por meio de Relatórios. A publicação de Relatórios é uma prática de muitas
organizações e muitos desses documentos podem ser acessados através de consultas à rede
mundial de computadores. De forma geral, muitos desses relatórios apresentam uma descrição das
atividades desenvolvidas, os avanços alcançados e as perspectivas futuras por parte das
organizações. Assim como, muitos destacam a relação entre os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) e as ações realizadas pela empresa.

Uma análise dos relatórios não financeiros de empresas que compõem o índice Bovespa (carteira de
maio-agosto/2021) foi realizada pela empresa PwC com foco em observar os aspectos de ESG.
Nesse estudo, foram analisados 78 relatórios, sendo que a periodicidade de publicação da maioria
desses documentos é anual. Além disso, os tipos de relatórios encontrados foram: relatório de
sustentabilidade (42% das empresas); relatório anual (39%); relatório integrado (16%) e relatório
socioambiental (3%) (COLOMBARI, s.d.).

Como analisamos ao longo desse texto, o ESG é um campo que vem tendo um significativo
destaque. Essa constatação também foi evidenciada por Macedo et al. (2022), que destacam que a
evolução desse campo de estudo pode ser constatada pela criação de índices de sustentabilidade
na Bolsa de Valores – B3, como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e o ICO2 (Índice
Carbono Eficiente). Os autores ainda destacam as vantagens relacionadas à adoção de práticas de
ESG: melhoria da imagem, aumento da confiança de investidores, retenção de talentos e melhoria
do desempenho financeiro. Macedo et al. (2022) finalizam seu artigo indicando que o processo ainda
se encontra em fase inicial, quando comparado a outras economias mais desenvolvidas.

Perceba: os avanços em ESG envolvem o compromisso de uma organização com a melhoria dos
seus processos internos e também envolvem a preocupação com o desempenho da comunidade
onde está inserido. Sendo assim, o gestor ambiental pode contribuir significativamente através do
planejamento e implementação de atividades que envolvam essas três esferas do ESG. Além do
mais, o ESG pode se configurar como mais uma possibilidade de atuação profissional!