Certificações
O crescimento dos mercados e a globalização promoveu um aumento da competitividade para
todos os negócios, e o processo de gestão da qualidade foi desenvolvido para atender a novas
demandas que acabaram surgindo. Dentre essas novas demandas, os processos de certificação
acabaram se tornando uma exigência cada vez maior em alguns mercados.
As certificações são documentos ou selos que atestam que os produtos, serviços e processos de
uma determinada empresa estão dentro dos padrões e normas nacionais ou internacionais. Entre os
diversos benefícios estão a credibilidade, a adoção de um processo de melhoria contínua, a redução
de perdas, o fortalecimento da imagem, o aumento da competitividade, a padronização de
processos, produtos e serviços para atendimento das normas, entre outros.
Entre as diversas certificadoras, a International Organization for Standardization (ISO) é uma das
principais em todo o mundo. Criada em Genebra, no ano de 1947, a ISO proporciona certificações
relacionadas a sistemas de gestão da qualidade (ISO 9000:2015), sistemas de gestão ambiental (ISO
14000), questões de responsabilidade social (ISO 26000 – ABNT16001), entre outras. Todas as normas
mencionadas têm apoio da ABNT, que é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil.
Vamos relembrar essas três certificações que podem auxiliar na solução das situações- problemas
da nossa disciplina e que desempenham um papel importante nas organizações por todo o país:
ISO 9000: 2015 – define os conceitos dos Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ), e, por intermédio
da isso, permite que as organizações adotem o SGQ. A norma trabalha considerando os oito
princípios de gestão da qualidade, que são:
Foco no cliente: entender, prever e atender às necessidades do cliente;
Liderança: envolver as pessoas com foco no alcance dos objetivos da organização;
Envolvimento de pessoas: o envolvimento de todos da organização com suas diferentes
competências, atividades e recursos;
Abordagem de processo: organização por processos;
Abordagem sistêmica para gestão: a compreensão sistêmica permite a identificação e o
gerenciamento das etapas, promovendo eficiência e eficácia;
Melhoria contínua: um objetivo permanente;
Abordagem factual para tomada de decisão: decisões baseadas em dados e
informações;
Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: uma das principais relações para
o negócio, essa relação deve ser proveitosa para ambos.
ISO 14000
Define normas e padrões para implementação de um sistema de gestão ambiental no negócio.
Levando em consideração as novas legislações e a necessidade de um maior controle ambiental
como forma de preservar o futuro da sociedade, essa certificação tem sido adotada por um número
crescente de organizações.
Os principais benefícios de implementar um sistema de gestão ambiental em uma organização são:
redução do passivo ambiental (resíduos produzidos pela organização), o que hoje é um fator decisão
cada vez mais crítico para investidores no decorrer do processo de análise das organizações;
enquadramento da empresa dentro da legislação e, como consequência, mitigação do risco de
problemas relacionados com os órgãos ambientais; e, principalmente, a construção de uma imagem
positiva perante a sociedade e o consumidor em geral.
Cada vez mais, as questões ambientais são alvo de observação por parte da sociedade. Isso decorre
dos diversos alertas apresentados em relação às alterações climáticas e dos resultados provocados
por essas mesmas alterações nos últimos anos.
ISO 26000
Define um padrão de orientação voluntária para a definição das expectativas da organização
relacionadas com a sociedade da qual faz parte. Responsabilidade social e sustentabilidade são
temas extremamente atuais e relevantes no âmbito corporativo e, por meio dessa certificação, os
negócios buscam promover a inserção desses temas em seu processo decisório e na sua estrutura.
Trata-se de uma alternativa para auxiliar de forma geral; criar uma imagem mais positiva e retribuir
para a sociedade com um pouco dos seus ganhos.
É importante salientar que a ISO 26000 não tem característica normativa e não permite auditoria; a
NBR 16001 da ABNT, entretanto, já permite esse processo, pois possui características auditáveis, uma
vez que foi dimensionada para o Brasil, podendo, inclusive, ser integrada a outros sistemas de
gestão.
A responsabilidade social refere-se ao envolvimento das organizações com outras partes da
sociedade, como a economia, a parte jurídica ou filantrópica. Como menciona Carrol
apud Banaszeski (2020), essas ações trazem uma série de benefícios para as empresas e para a
sociedade em áreas como meio ambiente, educação, saúde ou outras atividades importantes para a
sociedade local.
O projeto social tem sido muito realizado pelas organizações, e dessa forma acaba por criar laços
que impactam a sociedade, o meio ambiente e, como consequência, cria laços comerciais na região,
agregando valor ao produto/serviço aos olhos dos consumidores locais e até de fora.
A ISO 26000 fornece orientações para todos os tipos de organização, independentemente de seu
porte ou localização, sobre conceitos, histórico, princípios e práticas, temas centrais, identificação e
engajamento de partes interessadas e comunicação de compromissos (INMETRO, 2010).
A gestão da qualidade está cada vez mais ligada aos processos de responsabilidade social e
sustentabilidade, pois, apesar de não ter relação direta com o processo de produção do
produto/serviço oferecido, promove um aumento da qualidade percebida pelo consumidor
mediante os benefícios gerados por suas ações, incrementando a relação da empresa e da marca
com a comunidade local e com a sociedade como um todo.