O planejamento é uma ferramenta útil para equipes ágeis porque incentiva a colaboração e a
discussão, garantindo que todos tenham voz no processo de estimativa. Ao estimar em conjunto, a
equipe pode criar uma compreensão compartilhada do nível de esforço necessário para cada tarefa,
o que ajuda no planejamento e na priorização.
Talvez a essa altura do texto você queira um exemplo. Bem, aqui vai um bem simples:
Imagine que uma equipe de desenvolvimento está trabalhando em um novo recurso
para um site. O recurso deve permitir que os usuários carreguem e compartilhem fotos.
O proprietário do produto criou uma história de usuário que descreve o recurso em
detalhes. A equipe se reúne para uma sessão de poker de planejamento para estimar o
nível de esforço necessário para completar a história do usuário;
O scrum master lê a história do usuário em voz alta para a equipe. Cada membro da
equipe seleciona um cartão com um número que representa o nível de esforço
necessário para concluir a tarefa. Um membro da equipe seleciona um 3, outro
seleciona um 5, outro seleciona um 8 e assim por diante;
O scrum master pede aos membros da equipe que selecionaram os 3 que expliquem
seu raciocínio. Os membros da equipe explicam que eles acham que o recurso é
relativamente simples de implementar, mas pode haver alguns desafios técnicos que
precisam ser resolvidos. A equipe então discute as estimativas e chega a um consenso
de que um nível de esforço de 5 pontos de história é mais apropriado.
A equipe continua a estimar cada história de usuário ou tarefa da mesma maneira até que tenham
concluído toda a lista.
Por outro lado, talvez você pense: “mas todo mundo usa estimativa por pontos de função e não o
poker de planejamento, certo?!”
Errado, o volume de equipes e empresas que estão preferindo a forma ágil de estimar tem
aumentado a cada dia de forma a tornar essa uma prática comum entre times de desenvolvimento.
De fato, as equipes ágeis preferem ouvir opiniões subjetivas de seus membros sobre a
complexidade da história do usuário em vez de confiar apenas em cálculos de ponto de função por
vários motivos. Aqui vão eles:
Os cálculos de ponto de função podem ser demorados e podem exigir conhecimento e
ferramentas especializadas, que podem não estar disponíveis para todos os membros
da equipe. Por outro lado, estimar a complexidade de uma história de usuário com base
em opiniões subjetivas é um processo simples e direto que pode ser feito por qualquer
pessoa da equipe, baseado em sua experiência;
Os cálculos de ponto de função são baseados em dados históricos e suposições, que
podem não refletir com precisão o projeto atual ou as capacidades da equipe. Por outro
lado, opiniões subjetivas sobre a complexidade da história do usuário são baseadas no
conhecimento, na experiência e na compreensão coletiva da equipe sobre o projeto, o
que as torna mais relevantes e precisas;
Opiniões subjetivas sobre a complexidade da história do usuário promovem a
colaboração e a comunicação entre os membros da equipe, pois incentivam discussões
sobre a história e seus requisitos. Isso pode levar a uma melhor compreensão da história
e de seu impacto no projeto e, em última análise, resultar em uma estimativa mais
precisa;
Você deve se lembrar do manifesto ágil, que descreve que as equipes ágeis valorizam
indivíduos e interações em vez de processos e ferramentas. As opiniões subjetivas sobre
a complexidade da história do usuário se alinham a esse princípio. Ao incentivar os
membros da equipe a compartilhar suas opiniões e perspectivas, a equipe pode se
beneficiar do conhecimento e da experiência diversificados de seus membros e tomar
decisões mais bem informadas sobre o projeto.
Portanto, embora os cálculos de ponto de função possam ser úteis em determinadas situações, as
equipes ágeis preferem confiar em opiniões subjetivas de seus membros sobre a complexidade da
história do usuário porque são mais simples, relevantes, incentivam a colaboração e a comunicação,
além de estarem alinhadas aos princípios ágeis. Isso é o que importa!